Copyright 2007-2017
Built with Indexhibit
No passeio entre uvas, malas, potes, múmias, árvores e outros seres de classificação aberta, um vestígio: a busca constante da capacidade material do desenho. Do seu lugar de impregnação. Dos limites da sua presença. Enquanto matéria, o desenho de Gisele Lotufo é flagrado transportável e transitável. Feito de feltro, tecido ou arame, o desenho ocupa a fronteira do objeto. Sobre entretela, ele encarna a aspereza. Mas aquilo que o recebe é, ao mesmo tempo, o que lhe dá corpo. Assim funciona o papel, assim encorpamos as nossas novas estórias. O desenho é acoplado ao mundo por meio do seu suporte, mas a sua existência depende, na verdade, do modo como o carregamos. [...]
Publicado no catálogo da exposição de Gisele Lotufo.
Belo Horizonte: Galeria Genesco Murta, Palácio das Artes, 2006.