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O clérigo inglês Edwin Abbott escreveu Planolândia em 1884. O livro tem a voz característica de uma carta enviada por alguém distante – e que se sente, de certa maneira, confinado (num espaço-tempo outro). Parece ser intransponível a distância que separa o ditoso leitor do confinado autor, remetente do livro-carta. Mas notamos que não se trata de uma distância ou impedimento físico e sim, essencialmente, de uma distância cognitiva. O autor pretende explicar o seu país a um forasteiro que, além de não ter a menor possibilidade de visitar tal país, corre seriamente o risco de não compreendê-lo por falta de um vocabulário transcultural ou de uma epistemologia em comum, necessária para que o forasteiro alcance o conhecimento da diferença e a consciência da diversidade do mundo. [...]
Publicado em ESCOBAR, Daniel. Campos migratórios.
Belo Horizonte: Edição do Autor, 2012.
ISBN 987-85-913736-0-4